MARCADO PARA NÃO DESISTIR



 Visita nas áreas devastadas pelas enchentes em PALMARES e adjacências.



MARCADO PARA NÃO DESISTIR

Compartilho com você as marcas de minha vida para que, de alguma forma, possa fortalecer a sua fé.Esse é o meu desejo, essa é a minha oração.


Em breves postagens estarei compartilhando com vocês as minhas experiências com DEUS. Sejam todos bem vindos!


Minha infância

Nascí em 20 de junho de 1953 na cidade de João Pessoa, sendo levado de trem logo em seguida para a cidade de Mulungu, a 80 km de João Pessoa, onde passei minha infância até aos 12 anos. Meus pais não eram dotados de recursos, trabalhava duro. Minha mãe, além de dona de casa, mãe de 09 filhos, trabalhava às vezes até pelas madrugadas na boca de um forno a lenha para ajudar nas despesas de casa.

Minha infância não foi num berço de ouro, mas eu podia desfrutar de algumas coisas que hoje, mesmo se nós quisermos, teremos que Ter duas coisas: Dinheiro e Tempo: Eu ia com meu pai, normalmente aos domingos para caçar rolinhas ou para pescar. Meu pai me ensinou a carregar a espingarda e a dar o meu primeiro tiro. Em casa, era comum nos sentarmos na calçada à luz de um candeeiro a querosene e conversávamos bastante e ali muitas vezes meu pai nos contava histórias fantasiosas, que chamávamos de “histórias de trancozo” – era esse o termo usado. A minha cidade não tinha calçamento, nem água encanada nem luz elétrica. As pessoas andavam no escuro mesmo ou com uma lanterna a pilha. Muitos nós reconhecíamos pela voz quando passavam na rua e nos cumprimentava. Ah!... E o trem? Que pena que não volta mais! Nesse momento, como numa tela, vem as imagens dos riachos correndo, um peixe fisgando o anzol, ou o canto de uma rolinha num pé de amorosa. O banho de rio era quase obrigatório, muito embora que esse mesmo rio, anos depois, engoliu dois de meus irmãos de uma só vez: um com 11 anos e outro com 17 anos. Somos marcados por algumas tristezas desse tipo.

Como todo garoto “católico” do interior freqüentava regularmente a missa, fazendo a primeira comunhão. Cheguei a falar com o padre da paróquia, que era amigo de meu pai, pois eu desejava ser ajudante ou sacristão. Havia no meu coração um sentimento de temor a Deus.

Uma das boas lembranças da minha infância era das minhas viagens à cidade de Rio Tinto que tinha uma feira que exalava o cheiro das jacas, dos caranguejos que alí eram vendidos. Eu gostava de passar com minhas tias pelas barracas de sapatos. Eram barracas de madeira, e normalmente minhas tinhas, vez ou outra, compravam um par de sapato para mim, mas eu gostava mesmo era do ambiente, do cheiro dos calçados de sola, de ver as “marinetes”, eram carros de madeira ou ônibus com bagageiros que levavam as pessoas para a Vila Regina, um bairro que ficava num monte cercado de eucaliptos, com suas casas quase todas iguais, de tijolos aparente, com um chafariz no meio da rua arenosa. O apito da fábrica ecoa ainda hoje, ainda consigo me lembrar. As pessoas saiam feito formigas, correndo, umas de bicicletas ou a pé. Quase ninguém tinha carro. Andar no meio dos eucaliptos e tomar banhos no rio que descia da mata com aquela água cristalina que trazia algumas folhas secas que passeavam sobre as águas, é também algo difícil de esquecer.

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